Em uma comparação direta entre as diferentes estratégias utilizadas pelos governantes do Brasil e do Canadá bem como a resposta diante da pandemia do novo coronavírus e suas consequências, veremos agora a diferença na linha do tempo e de qual estratégia é mais eficaz para a saúde da população e economia de cada país.
Vamos analisar como o Canadá conseguiu domar o surto de COVID-19, enquanto países como Brasil e Estados Unidos que utilizaram de estratégias de negação da real capacidade de destruição do vírus, apresentam dificuldades refletidas nos altos números de casos e mortes, sofrimento da população, dificuldades como aumento no número de desemprego e a alta projeção de retração de crescimento econômico.
Início parecido, caminhos diferentes
Apesar do início parecido, como aconteceu na maioria das nações ao redor do mundo diante da curva de infecção por COVID-19, Canadá, Brasil e Estados Unidos, tomaram rumos diferentes. Os Estados Unidos, no momento, têm dez vezes mais casos positivos per capita do que o Canadá, e o Brasil tem 7 vezes mais casos positivos per capita, porém a ordem que parte de Ottawa é para não declarar “missão cumprida”.
De acordo com o primeiro-ministro Justin Trudeau, “o que a situação que vemos nos EUA e em outros países nos mostra é que, ao mesmo tempo que reabrimos a nossa economia, precisamos continuar atentos, individualmente e coletivamente.”
E assim tem sido. O canal destaca uma série de fatores para o sucesso, até o momento, do controle da pandemia no Canadá: “Testes para coronavírus abrangentes e realizados cedo, a rede de saúde gratuita e a ampliação de sua capacidade para atender pacientes durante a crise, shutdowns mais longos, reabertura mais lenta, distanciamento social e a ausência de polêmicas sobre o uso de máscaras, já que a maioria dos canadenses vêm isso como seu dever”.
Médica-chefe de BC fala sobre o que foi feito pela província para conter a pandemia
De acordo com reportagem na CNN o papel da Dra. Bonnie Henry, médica-chefe da província de British Columbia, que segundo a reportagem, atuou como um “sistema de alerta preventivo” para o país, administrando com sucesso os primeiros surtos, mostrando que isso era possível.
“Muito deste processo vem da consistência e da capacidade de fornecer às pessoas as informações do que nós precisávamos que elas fizessem, e isso se sustentou, mesmo com a reabertura da economia, pois o público continua seguindo as recomendações, tentando garantir a segurança uns dos outros” disse a Dra. Henry à rede americana.
Manter a política e ideologias fora das tomadas de decisão, foi parte do sucesso do Canadá no combate à pandemia
Ainda de acordo com a Dra. Bonnie Henry, outro fator fundamental no processo de resposta ao novo coronavírus foi “manter a política fora da equação”.
A matéria da CNN destaca como exemplo os elogios entusiasmados que o premier (governador) da província de Ontario teceu a Chrystia Freeland, vice-primeira-ministra do Canadá, no contexto do combate ao COVID-19. Ford é do Partido Conservador de Ontario, de centro-direita e Freeland é do Partido Liberal, de centro-esquerda. Algo difícil de se imaginar hoje nos EUA e no Brasil, onde atritos entre os mandatários no âmbito, municipal, estadual e federal são frequentes.
No Canadá aconteceu uma união de todos, independente de ideologias politicas, ou opinião pessoal, todos juntos para fazer o que for preciso para combater a pandemia, levando em consideração os fatos e as recomendações dos cientistas, que dedicam a vida a estudar sobre essas doenças e sabem por experiência o que deve ser feito.
“Em geral, estamos todos juntos” ressaltou a médica-chefe de BC. “E os políticos tomaram as decisões certas, baseado em recomendações − e isso nos ajudou” completou.
Combate ao vírus com um respeito inabalável pela ciência
A reportagem também cita a importância do fechamento da fronteira entre os países vizinhos para viagens não-essenciais e o período de quarentena de 14 dias para qualquer pessoa que entre no Canadá, porém ressalta que erros também ocorreram no país, referindo-se principalmente às mortes nas residências para idosos.
“Mais de 8.500 pessoas morreram no país, a grande maioria devido a condições insatisfatórias dos asilos para a terceira idade” lembra a CNN. O próprio primeiro-ministro Justin Trudeau classificou a situação como um “constrangimento nacional”.
E com este pesar, conclui a matéria, os canadenses vêm um esforço para recalibrar a resposta do país ao vírus, baseado sempre em um “respeito inabalável pela ciência”.
fonte: https://brasilvancouver.com/