O que é o Remembrance Day
O Remembrance Day é uma das datas mais importantes do calendário canadense. Celebrado em 11 de novembro, o dia é dedicado à lembrança e ao respeito por todos os homens e mulheres que serviram — e ainda servem — nas Forças Armadas do Canadá.
Mais do que um feriado, é um momento de reflexão nacional. Às 11h da manhã, o país inteiro faz um minuto de silêncio em memória dos soldados que lutaram em guerras, especialmente na Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Em escolas, praças e instituições públicas, as pessoas se reúnem para prestar homenagens e agradecer pelas liberdades conquistadas com tanto sacrifício.
A origem da data
O Remembrance Day tem raízes históricas profundas. Ele nasceu após o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, quando foi assinado o Armistício de Compiègne, o acordo que pôs fim ao conflito. Por isso, o feriado também era chamado de Armistice Day em seus primeiros anos.
O Canadá, que enviou mais de 600 mil soldados para a guerra, perdeu mais de 66 mil vidas no conflito. O impacto foi tão grande que o país decidiu instituir oficialmente a data como um momento de luto coletivo e gratidão.
Com o passar das décadas, o Remembrance Day se consolidou como símbolo da identidade canadense — um lembrete de que liberdade, paz e democracia têm preço.
O símbolo da papoula vermelha
Durante o mês de novembro, é quase impossível andar pelas ruas do Canadá sem ver o pequeno broche de papoula vermelha (red poppy) preso na roupa de alguém.
A papoula tornou-se símbolo do Remembrance Day por causa de um poema famoso chamado “In Flanders Fields”, escrito em 1915 pelo médico canadense John McCrae, que servia no campo de batalha na Bélgica.
O poema descreve as papoulas florescendo sobre os túmulos dos soldados caídos — uma imagem poderosa que transformou a flor em ícone da lembrança.
Desde então, a papoula representa honra, sacrifício e memória. Milhões de canadenses compram o broche (cuja renda vai para veteranos e suas famílias) e o usam no peito esquerdo, próximo ao coração.

Como o Canadá celebra o Remembrance Day
O país inteiro adota um tom de respeito e reflexão. As celebrações variam de acordo com a cidade, mas há rituais que se repetem em todo o território:
1. Cerimônias oficiais
O evento central acontece em Ottawa, na National War Memorial, com presença de autoridades, veteranos, membros das Forças Armadas e o público. O toque do trompete, conhecido como The Last Post, é um dos momentos mais emocionantes.
2. Um minuto de silêncio
Às 11h da manhã, todo o país para. Escolas, repartições, lojas e até meios de transporte respeitam o minuto de silêncio. É um gesto simples, mas poderoso.
3. Poppy Wreaths
Coroas de flores com papoulas são colocadas em memoriais e cemitérios militares.
4. Eventos locais
Em cidades menores, igrejas, escolas e praças realizam suas próprias homenagens. Crianças aprendem sobre o significado da paz e o respeito pela história.
O que o Remembrance Day significa para os imigrantes
Para quem está chegando ao Canadá, o Remembrance Day é uma oportunidade de entender o espírito coletivo do país.
Mais do que relembrar o passado, é um dia sobre gratidão e pertencimento. Ele mostra que o Canadá é uma nação construída sobre valores de solidariedade, liberdade e respeito — valores que também moldam sua política de imigração.
Participar do Remembrance Day é uma forma de integração cultural. Mesmo quem nunca viveu os horrores da guerra pode expressar respeito por aqueles que lutaram para que o Canadá fosse o país que é hoje.
Reflexão: a paz como identidade canadense
O Canadá é reconhecido mundialmente como um país pacífico e mediador de conflitos. Parte dessa identidade nasce do trauma da guerra e da decisão coletiva de que o diálogo deve sempre prevalecer.
O Remembrance Day é uma lembrança anual desse compromisso. Ele não glorifica a guerra, mas homenageia quem lutou por algo maior: a liberdade.
O Remembrance Day não é apenas sobre o passado. É sobre valores que moldam o presente — respeito, empatia e comunidade.
Para quem imigrou, participar dessa tradição é um gesto de integração. É reconhecer que o país que acolhe hoje foi construído com o esforço de gerações que acreditaram na paz.
Em meio ao silêncio das 11 horas, há algo universal: a lembrança de que liberdade nunca é gratuita — ela é conquistada e preservada todos os dias.
